Quais segredos guarda uma paixão de três dias? Talvez nenhum, mas talvez exista nesta singularidade volátil a possibilidade de um engano feliz, de um prazer único, sem medições temporais.
Quanta filosofia pode ser pensada na fumaça de um cigarro! E no microcosmos moral de cada verdade errante que perambula por este universo indiferente, lanço minha descrença sobre qualquer idealismo. 
No aconchego de minhas palavras, percebo que a única resposta ao absurdo de Camus é nossa indescritível e indecifrável capacidade de amar.
Amor. Mas que palavra é essa, meu Deus? O que entende o outro sobre o que amo ou como amo? Não sei, tudo o que sei é que amamos despidos de qualquer ciência.
Por isso, aprendo com o acaso. Dou-lhe crédito e fé. E na construção diária do que chamo minha vida, primeiramente devo ao acaso o cimento que assenta cada tijolo dos muros erguidos a cada escolha que faço com meus passos cegos de eternidade. E sigo amando por estes retalhos de mar e por estas ilhas de felicidade.
Rafael Guerreiro
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