segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

Eu já havia assistido ao "Brilho Eterno" há alguns anos atrás. Mas da mesma forma que um bom livro, um bom filme sempre apresenta uma segunda perspectiva quando assistido pela segunda ou terceira vez. E não foi diferente com este filme.A primeira vez que o assisti, o Brilho passou um tanto despercebido. Talvez eu não havia ainda me dado conta de como algumas lembranças se mesclam a nós mesmos e se tornam parte de nossa história, de nosso próprio ser.
"Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" é um filme avassalador e sua genialidade é diluída no cotidiano simples e comum de um casal de namorados  apaixonado e que sofre as sutilezas do amor da mesma forma como qualquer um de nós, expectadores.
Mesmo que um relacionamento acabe, restam lembranças tão caras que jamais se perderão. São marcas e estão em nós como tatuagem em nossa pele.
Após assistir ao filme, fiquei o resto do dia pensando sobre as sensações que senti enquanto o personagem de Jim Carrey sofria as angústias de saber que parte de sua história era apagada de sua memória sem que nada pudesse ser feito.
Senti angústia e tristeza.
Fiquei angustiado porque há em mim lembranças tão caras que se fossem apagadas fariam de mim um ser humano menor, menos vivido. E me peguei triste porque se algumas dessas lembranças que guardo de forma tão cuidadosa fossem deletadas de minha história, eu perderia a única forma que tenho de reviver momentos e sensações que jamais se repetirão. É um pedacinho de alguém que ainda resta em mim, mesmo que esta pessoa esteja longe ou apenas trilhando seus caminhos por outros rumos que não os meus.
E quando se trata de amor e carinho, tudo fica ainda mais complexo. Guardar estas lembranças, às vezes tão pequeninas, me ajuda a perceber a singularidade de cada pessoa, com seus sorrisos e lágrimas, seus gestos e seus perfumes muito raros, os quais guardo em frascos pequenos, caros, exóticos.

Rafael Guerreiro

Um comentário:

B. disse...

Olá, Mr. Rafinha Warrior.
Só há poucos dias que fui ver o comentário que postou em meu blog no dia 26 de abril de 2011, às 16h55min.
Bom, eu quase nunca posto no meu campo de lírios, e menos ainda no banquinho. Não tenho tido muito tempo, mas quero muito voltar a escrever. Aliás, eu até acho o banquinho mais legal de se postar do que meu próprio blog, porque me sinto muito solitária ali, mas no banquinho não. É bom saber que, com certeza, alguém vai ler. Mas, por outro lado, o fato de o meu blog ser quase anônimo me dá uma certa segurança, caso eu acabe escrevendo alguma coisa ridícula demais.
Anyway, fiquei feliz por ter ido me visitar, hehehe.
Li algumas das coisas que você escreveu aqui, em seu próprio blog, e gostei. Você escreve de maneira muito agradável.
Comentando sobre esse post acima, lembranças são mesmo preciosas, mas, puxa vida, como existem tantas que eu gostaria deletar da minha mente e não consigo! Ser perfeccionista é um pesadelo.