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Apesar de traquinas, já trazia consigo uma das armas femininas: saber lançar olhares como punhais. É bem verdade que os dela ainda não passam de meros canivetes cegos, mas capazes de ferir seus pares!
Olhava-me numa altivez cômica, como se o mundo fosse ela. E quando percebeu minha indiferença, apelou para as caretas! Queria chamar minha atenção.
Brincou, brincou, brincou....Se lambrecou toda com a minha imagem, e quando se satisfez deu de ombros como quem se garante e se virou leve, despedindo-se com um andar solene mal ensaiado, forçando o salto do sapatinho.
Quando sumia, teve tempo ainda de se virar novamente e me espreitar de rabo de olho, numa inocência que qualquer mulher vivida já perdeu.
Eis uma amostra do futuro...
Rafael Guerreiro